
Esta azenha é propriedade da Santa Casa da Misericórdia de Viana do Castelo que a recebeu, por doação, do benemérito Padre Luís Faria, aquando do seu falecimento. Também é conhecida por azenha do Padre Luís ou do Bernardino, nome de um dos últimos moleiros.
Nesta azenha só funcionou um conjunto de mós, do qual ainda se vê, no interior, o pé da mó, servido pelo açude adjacente, que se encontra do lado sul. A tração era feita com uma roda de penas.
Foram aqui moleiros, Custódio José Teixeira (bisavô), Manuel José Teixeira (avô), Bernardino José Teixeira (marido), e por último Maria Lucinda Freitas e Silva (Lucinda “Moleira”) que, em 1966, fechou pela última vez a porta desta azenha.

Turbina para produção eléctrica
No interior desta azenha houve, em tempos, uma particularidade que se crê única em todo o vale do Neiva: a existência de uma turbina para produção de energia eléctrica a partir da força da água. Tal equipamento, foi invenção do Padre Luís Faria – proprietário da azenha – que por volta de 1915 aqui a instalou, levando electricidade para a sua casa a cerca de 600 metros a norte daqui, nos terrenos onde hoje se encontra o Convento Passionista, em Barroselas.
Ponte de Lourido
Ao lado desta azenha, a ligar as duas margens, entre as freguesias de Barroselas e Durrães, e também entre os concelhos de Viana do Castelo e Barcelos, encontra-se a Ponte de Lourido, cuja construção e custo foram assumidos pelo pai do Padre Luís Faria, antes referido. Esta ponte faz passagem sobre uma pequena ilhota, conhecida nesta região por “Ínsua”.
in “Rio Neiva – Rodas d’água e agro-sistema tradicional”, Rogério Barreto, Raimundo Castro, Manuel Delfim Pereira e José Oliveira